domingo, 14 de outubro de 2012

De novo o maléfico tabagismo

MAJOR SALES BRASIL


Nem plantadores de fumo nem fabricantes de cigarros ousam negar: o tabagismo é um grande assassino, sem dúvida uma das maiores ameaças à Saúde Pública de que se tem notícia nos dias que correm.

Uma conseqüência direta e previsível do tabagismo é o envelhecimento das artérias.   E, pior, as doenças cardiovasculares são apenas um dos muitos problemas ocasionados pelo fumo. Durante décadas, os profissionais de saúde souberam que os fumantes sofrem consideravelmente mais ataques cardíacos do que os não-fumantes e estudos sérios revelaram que até 2/5 de todas as vítimas de AVCs são fumantes.

Um estudo revelou que as mulheres que fumavam um maço e meio por dia tinham cinco a sete vezes mais risco de sofrer um enfarte do que as que nunca haviam fumado.  Mas não há que se iludir: o cigarro faz mal em qualquer quantidade.  Mesmo as mulheres que haviam fumado apenas de um a quatro cigarros por dia corriam 2½ vezes mais riscos de enfarte do que as não-fumantes.

 Ademais, o tabagismo é uma das três principais causas de impotência sexual e de declínio na qualidade do orgasmo, neste último caso atingindo também as mulheres.  

E os que preocupam com os aspectos estéticos podem assustar-se, pois apresentarão, na maturidade, a quantidade de rugas que uma pessoa duas décadas mais velha.  Tudo isso sinaliza inflamação no sistema vascular com consequente envelhecimento das artérias.

Como exatamente o fumo causa tal envelhecimento cardiovascular?   Como isso ocorre?   Bem, há, de fato, três causas:  

1- Surge uma inchação que diminui o espaço dentro do vaso, reduzindo o fluxo adequado de sangue.  
2- Caso cronificada, a inflamação leva ao espessamento das paredes da artéria, diminuindo ainda mais a passagem do sangue.  
3- Ela também cria "espaços" nas paredes das artérias nos quais o colesterol e materiais fibróticos acumulam-se, formando placas.

Associadamente caem os níveis energéticos. E por que? Ora, para os músculos funcionarem precisa-se de nutrientes. A maneira deles obterem-na é pela dilatação arterial.   Quando as artérias não conseguem se dilatar, eles ficam cansados e doloridos, sente-se fadiga.   Mesmo que se fume apenas cinco cigarros ao dia, a capacidade de dilatação cai à metade da de pessoas não expostas à fumaça do cigarro.  Essa queda de energia ocorre mesmo nos fumantes passivos (pessoas expostas à fumaça produzida por  terceiros).

Entre os quase 4.000 compostos químicos encontrados no cigarro, sabe-se que mais de 40% interagem diretamente com o DNA, causando mudanças genéticas, pelo que o câncer de pulmão é, de longe, o problema de saúde mais intimamente associado ao fumo, e até mesmo no imaginário popular.   Além disso, o impacto do tabagismo não distingue sexo: tanto homens quanto mulheres sofrem dos problemas de saúde causados pelo abuso do tabaco. Trata-se da causa mais comum de morte por tumores malignos, nos Estados Unidos sendo responsável por 31 % dos casos fatais em homens e 25% em mulheres.

Os danos provocados pelos Radicais Livres ao DNA ocorrem com a exposição até mesmo a uma pequena quantidade de fumaça do cigarro. Em estudos com animais, os cães que foram expostos à fumaça de apenas um cigarro (o que nem sequer aumenta seus batimentos cardíacos, pressão arterial ou outras medidas fisiológicas) apresentaram o dobro de danos induzidos pelos radicais livres do que os cães que não foram expostos.

Sobre o Sistema Imunológico, o tabaco age envelhecendo-o de duas formas principais. Primeiro, por conter toxinas que danificam o DNA, abrindo caminho ao câncer. Segundo, destrói os dois Sistemas de proteção do corpo que combatem o envelhecimento natural das defesas orgânicas, praticamente "cegando-as".

Realmente, eis um inimigo temível! Mas seus riscos não se limitam a estes, embora sejam os principais. Ver-se-á mais nos próximos Artigos. Até lá!
Dr.  Jorge Boucinhas 

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