sexta-feira, 8 de março de 2013

Dilema e desejo das mulheres contemporâneas

MAJOR SALES BRASIL
Mulheres celebram data em homenagem a elas comemorando conquistas alcançadas











No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte-americana de Nova Iorque, deflagraram um movimento grevista, ocupando o ambiente e reivindicando melhores condições de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência, e cerca de 130 tecelãs foram trancadas no local, morrendo carbonizadas. Em 1910, 53 anos após o fato trágico, a data passou a ser definida como o Dia Internacional da Mulher, e hoje, 8 de março de 2013, elas comemoram as conquistas alcançadas, mas enfrentam um importante dilema: o tempo, ou melhor, a falta dele.


Pesquisa realizada pela Editora Abril mostra que o tempo está entre os maiores dilemas e desejos das mulheres contemporâneas. De acordo com números do estudo "Conte com Elas", em uma semana (considerando cinco dias úteis e o total de 120 horas), a mulher brasileira dedica cerca de 40 horas para o trabalho profissional, remunerado.
Como ela também cuida da casa e da família - sem qualquer remuneração -, esses índices crescem consideravelmente. Caso more sozinha, a mulher dedica quase 18 horas semanais aos cuidados do lar; se mora com um filho, trabalha em média 19 horas em casa, tempo que aumenta para 28 horas, se ela vive com um parceiro, e mais de 30 horas semanais, se tiver marido e filho.
Além da dupla jornada, ainda há os cuidados com a saúde, os estudos e o lazer. Como conciliar tudo isso? A jornalista Likelly Lauriê se depara com esse questionamento todos os dias. Segundo ela, que trabalha como assessora de imprensa em uma empresa do ramo de petróleo, é casada e ainda mãe de dois filhos, apesar de sua rotina já está estabelecida, cada dia é um desafio.
"Tem dias em que me atraso para o trabalho, ao deixar minha filha na escola, é um desafio a cada dia, isso porque eu ainda conto com a ajuda de algumas pessoas, no próprio trabalho, em casa. A mulher assumiu posições de destaque no mercado de trabalho, sem deixar de lado as atividades que já exercia", diz.
Likelly diz que, apesar das dificuldades, as mulheres conseguem aliar todas as tarefas a elas delegadas devido ao dinamismo comum ao sexo feminino. "É do próprio comportamento da mulher. Nós conseguimos realizar várias coisas ao mesmo tempo, e ainda pensar no que falta ser feito", destaca.
Mesmo conseguindo conciliar o trabalho e a família, Likelly Lauriê sente falta de um tempo só para ela. "Não abro mão do lazer entre a família, com meu marido e filhos, mas às vezes sinto falta de tempo para mim, ler meus livros, navegar na internet, cuidar mais de mim", pontua.
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos sobre a Mulher da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (NEM/Uern), professora Janaiky Almeida, é preciso que haja uma divisão mais adequada no que se refere às tarefas do lar, evitando assim o que ela considera uma "sobrecarga" para o sexo feminino.
"As mulheres conquistaram seu espaço no mercado de trabalho, mas continuaram com suas responsabilidades nos afazeres domésticos, gerando essa sobrecarga. É necessário que essas responsabilidades sejam compartilhadas, que haja mudanças nessas relações", afirma a professora.
Segundo a docente, para que esse cenário seja alterado, o ideal seria a implementação de mudanças no campo educacional. "É uma questão que implica na educação, desde cedo, quando devem ser discutida a questão da solidariedade, para que assim ocorra um processo de reconhecimento dessa sobrecarga, e as mulheres possam ter mais tempo para cuidarem de si", defende a coordenadora do NEM.
Núcleo de Estudos sobre a Mulher promove programação especial em homenagem à data
A partir das 15h30, o NEM/Uern promove, no bairro Santo Antônio, uma programação em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. As atividades serão realizadas no Conselho de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro.
"Vamos debater junto com a população do Santo Antônio os direitos humanos relativos às mulheres, por isso convidamos todos a estarem presentes nesse momento de discussão sobre esse importante tema", comenta Janaiky Almeida.
Após o debate, as integrantes do NEM sairão em caminhada pelas principais ruas do bairro Santo Antônio. "Escolhemos essa localidade por ser uma das mais populosas de Mossoró, e percorreremos as ruas mostrando a importância de se debater os nossos direitos", conclui a coordenadora do NEM.
FONTE: O MOSSOROENSE

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