sexta-feira, 15 de março de 2013

Ministro se diz ‘indignado’ com fato de marido receber pensão da mulher morta

MAJOR SALES BRASIL
Ministro se diz ‘indignado’ com fato de marido receber pensão da mulher morta
O ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho, afirmou nesta terça-feira estar "indignado" com a situação do professor Claudemir Nogueira, que confessou ter assassinado a mulher e, com isso, passou a receber pensão por morte do INSS. O caso foi revelado hoje pela Folha.


O instituto é atrelado à pasta de Garibaldi Filho. Em sua conta no Twitter, ele afirmou: "Fiquei indignado com teor de notícia publicada pela Folha sobre professor que matou a mulher e está recebendo pensão". Ainda no microblog, ele afirmou ter determinado à Procuradoria Jurídica do INSS "que examine a revisão ou suspensão do pagamento desse benefício". O professor confessou em 2010 que enforcou a mulher Mônica El Khouri com um fio, dentro de casa, em bairro de classe média na zona sul de São Paulo, um ano antes. Mesmo com a confissão, Nogueira, 48, recebe mensalmente pensão do INSS pela morte da mulher, que ele assassinou. Só em 2010, foram R$ 19 mil, segundo documentos obtidos pela Folha.

Nogueira também continua recebendo os vencimentos por ser professor da rede estadual, no valor de R$ 2.509 ao mês. Atualmente, ele trabalha em atividades burocráticas da pasta, após ter sido afastado das salas de aula. Até o momento, Nogueira não ficou nenhum dia preso, pois não possui antecedentes e não oferece mais risco às investigações, avalia a Justiça. Ele ainda não foi julgado porque a defesa entrou com pedido para tentar tirar o caso do Tribunal do Júri. Uma das lutas da família da vítima hoje é cancelar a pensão dada a Nogueira e transferi-la para a mãe de Mônica. O Ministério da Previdência Social, responsável pelo INSS, e o próprio instituto foram avisados pelos familiares da fisioterapeuta ao menos quatro vezes sobre a situação. O primeiro protocolo foi feito há mais de dois anos --sem resposta até hoje.

À reportagem, o INSS não explicou o porquê de a pensão estar mantida. O Estado disse que o docente responde processo disciplinar, "com amplo direito de defesa". A defesa de Nogueira não quis se manifestar à reportagem sobre a situação dele.


Folha de São Paulo

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