quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Rio Grande do Norte está na contramão do consumo nacional

MAJOR SALES BRASIL


A inadimplência cresce entre os consumidores do Estado seguindo o ritmo inverso que o país tem apresentado de julho até agora. No começo do ano a inadimplência nacional aumentou, porém, de julho até agora tem caído, mas o Rio Grande do Norte permaneceu no ritmo acelerado, na tendência de alta, o que influencia diretamente no comércio, pois quanto maior a inadimplência, maior as limitações de crédito para o consumidor.

O crescimento da inadimplência está em um nível maior que o constatado no mesmo período do ano passado. “Ainda não é um nível extremamente alto, mas já dá para acender a luz amarela e é preciso se preocupar”, diz Augusto Vaz, vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, durante entrevista do Jornal 96 nesta quarta-feira (07).

De acordo com a CDL, o Rio Grande do Norte está com poucos investimentos de grande porte este ano, só tem praticamente o Estádio Arena das Dunas e isso acaba refletindo no comércio. O RN ainda é muito dependente do motor público para aquecer a economia.

Outro fator determinante são os problemas da máquina pública que refletem também no comércio à medida que se tem atraso nos salários, atraso nos fornecedores, o dinheiro deixa de circular na economia e afeta diretamente o comércio e consequentemente a inadimplência. Isso é o que a CDL consegue perceber através do SPC e os comerciantes sentem com a queda no volume de negociações.

“A crise no estado e município provoca o problema da inadimplência. As decisões também afetam. Quando o prefeito diz que a Cidade não terá decoração natalina, por exemplo, significa que apesar de ser uma decisão necessária e importante, os artigos de natal não serão vendidos, isso afeta a economia e o comércio é o primeiro que sente”, destaca Augusto Vaz.

Radiografia da inadimplência no RN

Faixa etária
A grande fatia da dívida (28%) está na população entre 30 a 39 anos. Segundo análise da CDL é uma estimativa normal e acompanha a tendência nacional no que se refere a população economicamente ativa.

O endividamento por pessoas acima de 50 anos tem aumentado, não só no Rio Grande do Norte, mas em nível nacional, em razão do envelhecimento da população que vem acontecendo nos últimos anos e o empréstimo consignado para pessoas aposentadas.

Para Augusto Vaz, esse é o motivo mais preocupante e destaca: “O acesso ao crédito é muito importante para economia, mas o acesso com irresponsabilidade tem o efeito contrário. É necessário dosar o crédito para que ele não exceda e aumente a inadimplência”.

Sexo
A grande maioria das dívidas (cerca de 60%) está nas mãos do sexo feminino. Isso não quer dizer que as mulheres gastam mais. A mulher tem uma característica de consumo diferente do homem. Ela costuma pulverizar as compras.

O homem faz compras de vestuário, por exemplo, de 3 a 4 vezes ao ano e compra várias peças em um único dia. A mulher compra de 1 a 2 vezes/mês, compra menos peças, porém mais vezes.

Através dessa tendência a mulher realiza mais negociações comerciais durante o ano. Assim, em termos de quantidade, a mulher está mais no SPC que o homem.
Já em termo de valores financeiros, a maior responsabilidade é dos homens. As maiores negociações comerciais são realizadas pelo sexo masculino.

Outro dado interessante é que 2/3 dos débitos do RN são de até R$ 100, ou seja, de fácil quitação. 44% dos débitos são de até R$ 50.

A CDL tem uma ação prevista para o início de dezembro, com o objetivo de incentivar as pessoas a usarem o 13º salário para quitar os débitos e voltar a poder consumir com crédito na praça.

Augusto Vaz destaca que é preciso a voltar usar o crédito com responsabilidade e consciência. O maior vilão dos débitos (cerca de 75%) é o cartão de crédito. “É preciso ter muito cuidado com o cartão de crédito, pois além de ser um dinheiro muito fácil, os juros são altos. Não se deve comprometer mais de 30% da renda com o cartão de crédito”, aconselha o vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, que faz outra orientação com relação ao cheque especial que não faz parte do salário e muita gente acaba usando.

Apesar do endividamento está na contramão da inadimplência do país, a expectativa para o final de ano é positiva. “Natal é a melhor data para o comércio. O comércio faz a parte de decoração das lojas para que bata as metas, faça as promoções de vendas e gere emprego”, finaliza Vaz.
nominuto

Nenhum comentário:

Postar um comentário