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O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2012 terminou no domingo (4) com incidentes pontuais e uma surpresa - no último dia, os 4,17 milhões de candidatos que participaram dos dois dias de exame tiveram de escrever uma redação sobre movimentos de imigração no Brasil no século 21. O tema foi considerado inesperado e difícil e professores consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmaram que a complexidade pode resultar em queda média do desempenho dos alunos.
Os candidatos enfrentaram, além da redação, as provas de português e matemática. No sábado (3), foi a vez de ciências humanas e da natureza. Segundo balanço divulgado no domingo (4) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a taxa de abstenção, de 27,9%, foi praticamente a mesma do ano passado (27,6%). Os problemas maiores se concentraram na internet.
No domingo (4), na porta da maior parte dos locais de prova, o tema da redação era o principal assunto. O estudante Marcus Santos, de 19 anos, diz ter sido pego de surpresa.
— Eu me preparei para temas como violência, política, Código Florestal e não esperava isso. Fiquei limitado ao que tinha na proposta.
A proposta para a redação trazia uma coletânea com informações sobre imigrantes do Haiti, que chegam ao País pelo Acre, e da questão dos bolivianos no Brasil. Também havia menção ao movimento de migração dos séculos 19 e 20.
Para o professor Rogério Chociay, aposentado do departamento de Letras da Unesp e especialista em redação de vestibular, é possível que haja queda no desempenho dos estudantes com relação ao ano anterior - em que o tema era internet.
— Há uma quebra de expectativa com relação ao ano passado. O tema está um tanto fora do eixo da maioria dos estudantes e além disso não há informações precisas se há de fato um movimento migratório. A proposta é perigosa pelo número de dúvidas. Ele ficou dependente dos textos de apoio e isso complica.
Nilson José Machado, professor da faculdade de Educação da USP, diz que os textos de apoio do Enem têm se mostrado limitadores e repetitivos.
— Talvez fosse mais razoável se fossem colocados textos com claras referências teóricas à tolerância, por exemplo, que textos que reiteram casos particulares.
O diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo,elogiou a escolha do tema.
— É um assunto atual e relevante, que obriga o aluno a refletir sobre questões sociais e políticas.
No entanto, ele reconhece que a proposta pode ter ficado distante da realidade da maioria dos vestibulandos.
— Pela lógica, a nota média da redação tende a ser um pouco menor que a do ano passado. Mas outro fator que pode alterar esse quadro é o fato de que a correção neste ano será mais criteriosa.
Para Caroline Andrade, do Cursinho da Poli, a proposta trouxe um tema que surpreendeu. Ela afirma que o "fator surpresa", no entanto, pode atrapalhar o rendimento.
— O inesperado pode causar insegurança e fazer com que a pessoa não consiga construir uma argumentação consistente.
Simone Motta, professora de redação do Etapa, argumenta que o tema segue a proposta do exame, de trazer um assunto atual à tona.
— Pode ter sido uma escolha menos trivial, mas não foge à regra. Para ela, a coletânea apresentada foi muito eficaz ao apontar os principais movimentos migratórios.
O coordenador-geral do Anglo, Luís Ricardo Arruda, diz que essa problemática é conhecida por quem se informa. Mas ele também afirma que a nota média deve cair.
— O Enem vai se aproximando de um vestibular. E para isso tem de ser seletivo mesmo.
O que ainda precisa de amadurecimento, diz Tasinafo, da Oficina do Estudante, é a prova de linguagens.
— Os textos continuam muito longos. O candidato chega à metade da prova cansado.
Já a de matemática recebeu elogios. Entre eles, o do professor Marcelo Dias Carvalho, do Etapa.
— Os enunciados eram curtos e muito bem elaborados.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2012 terminou no domingo (4) com incidentes pontuais e uma surpresa - no último dia, os 4,17 milhões de candidatos que participaram dos dois dias de exame tiveram de escrever uma redação sobre movimentos de imigração no Brasil no século 21. O tema foi considerado inesperado e difícil e professores consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmaram que a complexidade pode resultar em queda média do desempenho dos alunos.
Os candidatos enfrentaram, além da redação, as provas de português e matemática. No sábado (3), foi a vez de ciências humanas e da natureza. Segundo balanço divulgado no domingo (4) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a taxa de abstenção, de 27,9%, foi praticamente a mesma do ano passado (27,6%). Os problemas maiores se concentraram na internet.
No domingo (4), na porta da maior parte dos locais de prova, o tema da redação era o principal assunto. O estudante Marcus Santos, de 19 anos, diz ter sido pego de surpresa.
— Eu me preparei para temas como violência, política, Código Florestal e não esperava isso. Fiquei limitado ao que tinha na proposta.
A proposta para a redação trazia uma coletânea com informações sobre imigrantes do Haiti, que chegam ao País pelo Acre, e da questão dos bolivianos no Brasil. Também havia menção ao movimento de migração dos séculos 19 e 20.
Para o professor Rogério Chociay, aposentado do departamento de Letras da Unesp e especialista em redação de vestibular, é possível que haja queda no desempenho dos estudantes com relação ao ano anterior - em que o tema era internet.
— Há uma quebra de expectativa com relação ao ano passado. O tema está um tanto fora do eixo da maioria dos estudantes e além disso não há informações precisas se há de fato um movimento migratório. A proposta é perigosa pelo número de dúvidas. Ele ficou dependente dos textos de apoio e isso complica.
Nilson José Machado, professor da faculdade de Educação da USP, diz que os textos de apoio do Enem têm se mostrado limitadores e repetitivos.
— Talvez fosse mais razoável se fossem colocados textos com claras referências teóricas à tolerância, por exemplo, que textos que reiteram casos particulares.
O diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo,elogiou a escolha do tema.
— É um assunto atual e relevante, que obriga o aluno a refletir sobre questões sociais e políticas.
No entanto, ele reconhece que a proposta pode ter ficado distante da realidade da maioria dos vestibulandos.
— Pela lógica, a nota média da redação tende a ser um pouco menor que a do ano passado. Mas outro fator que pode alterar esse quadro é o fato de que a correção neste ano será mais criteriosa.
Para Caroline Andrade, do Cursinho da Poli, a proposta trouxe um tema que surpreendeu. Ela afirma que o "fator surpresa", no entanto, pode atrapalhar o rendimento.
— O inesperado pode causar insegurança e fazer com que a pessoa não consiga construir uma argumentação consistente.
Simone Motta, professora de redação do Etapa, argumenta que o tema segue a proposta do exame, de trazer um assunto atual à tona.
— Pode ter sido uma escolha menos trivial, mas não foge à regra. Para ela, a coletânea apresentada foi muito eficaz ao apontar os principais movimentos migratórios.
O coordenador-geral do Anglo, Luís Ricardo Arruda, diz que essa problemática é conhecida por quem se informa. Mas ele também afirma que a nota média deve cair.
— O Enem vai se aproximando de um vestibular. E para isso tem de ser seletivo mesmo.
O que ainda precisa de amadurecimento, diz Tasinafo, da Oficina do Estudante, é a prova de linguagens.
— Os textos continuam muito longos. O candidato chega à metade da prova cansado.
Já a de matemática recebeu elogios. Entre eles, o do professor Marcelo Dias Carvalho, do Etapa.
— Os enunciados eram curtos e muito bem elaborados.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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