domingo, 19 de agosto de 2012

Aumenta número de transplantes e doadores de órgãos no RN

MAJOR SALES BRASIL


Mesmo a saúde estando em estado de calamidade pública, o Rio Grande do Norte apresenta bons índices de transplantes de órgãos. Segundo números do Ministério da Saúde (MS) a quantidade de transplantes aumentou em 32% nos primeiros quatro meses de 2012, próximo da média nacional, que é de 37%. “O estado acompanha muito bem a média do país”, afirma Rodrigo Furtado, médico responsável pela Central de Transplantes, no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.

Ele disse que o resultado “foi uma grande surpresa” e o aumento desse procedimento cirúrgico se deu devido às doações. Segundo o médico, o Rio Grande do Norte foi o 4º estados que mais teve doadores de órgãos em 2011.

O aumento de 60% dos repasses para transplante e das notificações dos pacientes aptos a doar os órgãos foram outras medidas que ajudaram o índice subir.

“A Central tem procurado trabalhar com técnicos e conhecedores do processo de doação e transplante, se aperfeiçoar a partir de outras Centrais e também criar um planejamento”, explicou Rodrigo.

A meta do Ministério da Saúde é chegar a 15 doadores para cada um milhão de pessoas em 2015. Resultado já alcançado pelo RN desde o ano de 2011. Hoje, o estado tem o índice de 15,2 doadores por um milhão de habitantes.

“Até 2015, o Ministério da Saúde estipulou que todos os estados devem encerrar as suas filas de córnea e no Rio Grande do Norte, está zerada desde o inicio de 2012”, ressalta o médico.
Reprodução

No ano de 2011, a cada um milhão, quase 17 doaram seus órgãos, em comparação a 2009 e 2010.

Apesar dos resultados satisfatórios, a Central ainda tem algumas dificuldades em realizar os transplantes. O médico responsável comentou que algumas famílias não aceitam doar os órgãos de um paciente que veio a óbito.

Religião, a falta de conhecimento sobre o assunto e o mau atendimento nos hospitais são os motivos para recusa. Para se declarar doador, o interessado deve falar para os familiares que deseja realizar o ato.

Outro obstáculo para o transplante e a doação é a falta de interação dos médicos com a Central de Transplantes do estado.

Para melhorar os índices e diminuir as dificuldades para captação de órgãos, a Central de Transplantes vai realizar uma campanha no mês de setembro. Serão realizados programas de acolhimento familiar, jornadas, fóruns e cursos.

Recentemente, o Ministério da Saúde junto com o Facebook criou uma ferramenta para que os usuários pudessem colocar na linha do tempo de seus respectivos perfis que desejam doar os seus órgãos caso aconteça alguma fatalidade.

Transplantes de Coração e Fígado não são realizados no RN desde 2010

Nem todos os órgãos que são levados para a equipe da Central são aproveitados. Os transplantes de coração e fígado, por exemplo, não são realizados no Rio Grande do Norte desde o ano de 2010. As cirurgias eram realizadas em dois hospitais da cidade.

“Os órgãos que não são aceitos aqui, eles não se perdem e os outros estados têm absorvido as ofertas”, explicou Rodrigo. Eles são transportados de avião para outros lugares. O coração e fígado são levados para estados próximos, como Pernambuco e Ceará.

Contudo, a Central quer retornar a realização de transplantes desses órgãos nos hospitais potiguares. O projeto que é feito em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e a intenção é que comece os procedimentos cirúrgicos ainda em 2012.

A maioria dos transplantes é feito através da rede pública de saúde. “O Brasil tem o maior sistema público de transplantes no mundo. 95% dos procedimentos são através do Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse Rodrigo.
 fontenominuto

Nenhum comentário:

Postar um comentário